quarta-feira, 11 de novembro de 2015

No olho do furacão



"Aquele momento em que me deleito ao seu lado depois de uma semana agitada, que ficamos de rostos colados, os olhares se intercalam olhos nos olhos e escuridão; o silêncio se torna nossa trilha sonora, acompanhados de respirações quentes, ternas e vagarosamente compassadas; os seus dedos caminham em minha pele - d e l i c a d a m e n t e - escrevendo frases invisíveis, proporcionando-a arrepios suaves. Esses momentos singulares vangloriam meus sentimentos e talvez, por serem justamente tão peculiares, tão nossos, meus pensamentos voam, tão certo quanto ao momento em que minha mente não mentiu pra mim quando te quis ao meu lado.

Me sinto - por alguns instantes, eu sei, - em meio ao olho de um furacão,
no meio de uma semana,
no meio de um mês,
no fim de um ano."

Thaís Rigueira 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Dedico-te



"Me transformo em flor,
céu azul,
pôr do sol...
Versifico-me neles,
pois, quem não tem
o hábito de me ler,
ao menos poderá contemplar-me."

Com amor,

Poesia



Thaís Rigueira

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O vento e os muros de um coração em construção



Foi alvoroço que provocara a ventania ao chegar lá dentro
Derrubou até as construções que julgava sólidas e fortes
Construções que demorara tanto tempo pra erguê-las.
E com apenas um sopro tudo foi demolido.
Ficou louca de fato, afinal, demoraria
pra juntar tudo que julgava ser cacos.
Mas o vento forte que não deixou nada de pé
Continuou a derrubar tudo que encontrava inteiro.
E ela, na sua ingenuidade só pensava no tempo
que levaria pra erguer cada muro em seu devido lugar
Cada muro que havia construído dentro de si.
Cada muro feito pra ninguém entrar.
Mas o vento foi cada vez mais forte
cada vez mais devastador.
E foi derrubando tudo até restar nenhum tijolo.
Os muros virarão pó
e se sentiu complemente desprotegida.
Mas que o vento forte acalmou
e foi pairando de leve, se tornando brisa.
E antes que pudesse voltar a erguer
seus muros novamente,
percebeu que deles não precisava
porque está bem com o quem viu
com o que sentiu...
estava/era
L I V R E


Thaís Rigueira








segunda-feira, 30 de março de 2015

As flores de plástico não morrem?









É bem verdade que possivelmente grande parte do público feminino já se derreteu ao ganhar um buquê de flores. Mas a questão não é quem gosta ou não de flores, de rosas, de buquês e afins, a questão é o valor de uma pessoa enquanto flor, numa perspectiva metafórica...

As flores são bens não duráveis que nunca enfeitarão por muito tempo um ambiente. As flores servirão apenas por uma semana e logo ficarão feias e murchas e sem nenhuma necessidade de adorno.

Então, eis que uma vez escutei: As flores de plástico são muito mais úteis e não morrem!

Deveras! Flores de plástico serão sempre lindas, e se você cuidar direitinho, não deixando acumular poeira, longe do calor e da umidade, sim... essas flores continuarão lindas e impecáveis por anos a fio. Essas flores vão estar na sala, na varanda, na sala de jantar. Vão estar onde você preferir que elas estejam. E vão esperar que você faça a limpeza daquela poeirinha que acumulou. Sempre estarão esperando a sua vontade.

A verdade é que flores reais são como pessoas. Flores de plástico, infelizmente, também são.

Podemos separá-las em dois grupos: as verdadeiras e as artificiais. Conhecemos uma infinidade de biótipos e personalidades. Alguns, verdadeiros, outros, artificiais. Há pessoas que enquanto flores reais tem seu prazo de validade e deixa que o tempo permaneça e flua em seu cotidiano. Não se importam se um dia “murchar”, o que vai valer é o curto (e valioso) espaço de sua permanência. Mas também há pessoas que enquanto flores artificiais tem uma preocupação absurda com o tempo, com os anos, com a aparência. Não murcham, não sentem, são frias, frígidas, indiferentes e desprovidas de feições sinceras.

O que cabe aqui não é o valor sentimental dos dois distintos grupos florais, mas o valor do tempo. As flores reais são peculiares: quando começamos a nos acostumar com a presença delas, elas se vão, dando lugar a lembrança nostálgica da semana que em que estiveram na nossa companhia. Dão lugar a outras, de fato, mas que jamais serão as mesmas, nem elas, nem as situações. As flores de plástico são feitas em moldes que servem para fazer um milhão de flores iguais. Criam-se tipos de flores que nem existem, moldam-se a nossos gostos, empoeiram-se, amarelam-se e finalmente, são esquecidas.

E aí pensamos como o tempo pode deteriorar tudo, não importa se aparentemente ou sentimentalmente. O tempo deteriora até o que parece infindável. O tempo apenas difere pra cada um, pra cada ser, pra cada flor, sejam as reais, sejam as artificiais.

Mas o que vai importar é: que tipo de flor você foi?

Porque as flores reais tem curto prazo de vida. Isso é fato.

Mas acredite... as flores de plásticos também morrem.



Thaís Rigueira

segunda-feira, 9 de março de 2015

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

v-i-v-a





Atreva-se. Olhe. Diga. Conheça. Respire. Defenda. Compare. Chore. Sorria. Cante. Dance. Beba. Converse. Opine. Aconselhe. Contemple. Pule. Assanhe. Descanse. Adicione. Beije. Grite. Esqueça. Lembre. Prenda. Solte. Observe. Elogie. Critique. Goste. Recorde. Sinta. Lute. Ouça. Ajude. Ofereça. Aceite. Suporte. Mereça. Estude. Recuse. Plante. Construa. Tente. Atraia. Peça. Vá. Saiba. Queira. Fique. Entregue. Junte. Viaje. Aprenda. Abrace. Separe. Limpe. Salve. Xingue. Durma. Acorde. Trabalhe. Descanse. Flutue. Sonhe. Realize. Acorde. Informe. Colha. Exclua. Acerte. Gaste. Insira. Troque. Negue. Faça. Aperte. Erre. Abandone. Conte. Selecione. Lamente. Tenha. Seja. Venda. Obedeça. Despreocupe.  Reconheça. Afague. Aposte. Seduza. Ganhe. Prenda. Perca. Compre. Guarde. Brinque. Corte. Dirija. Saia. Fique. Solte. Observe. Construa. Mova-se. Derrube. Escute. Assuma. Eternize. Caminhe. Corra. Pare. Espere. Acredite. Perdoe. Ame.
Viva.
A vida é muito curta pra ficar selecionando atos e sentimentos.


Thaís Rigueira

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

gostos





Eu gosto de abraços apertados, daqueles que te deixam sem ar, que te fazem flutuar e por milésimos de segundo esquecer onde estamos. Gosto de olhos nos olhos, carinhos, afagos e qualquer outra forma sutil de demostrar sentimentos. Gosto de cartas sem serem esperadas, com palavras sinceras que me façam sorrir... ou chorar, tanto faz, sou um poço de sentimentalismo mesmo! Gosto de filmes melosos que me emocionem, mas também gosto daqueles que me façam refletir. Gosto de poucos amigos, talvez porque poucos seja a quantidade suficiente para levar pra vida inteira. Gosto de surpresas, visitas, telefonemas, mensagens, recordações... Gosto de guardar coisas antigas, agendas velhas, cartas amareladas quase deterioradas pelo tempo. Gosto de recordar risos, encontros, despedidas, festas. Gosto de detalhes, dos mais variados, como aquela música ou aquele livro que tinha uma citação que te faz lembrar alguém. Gosto de poesias, de lê-las, senti-las e criá-las. Gosto de livros, do cheiro deles, de ver minha estante cheia deles, apesar de ter um monte na fila esperando ser lido. Gosto da minha bagunça particular, do meu guarda-roupa cheio de coisas que só eu sei onde estão e quando vou usar. Gosto do barulho das folhas nas árvores, do cheiro das flores, do céu azul, do pôr-do-sol, do barulho da chuva batendo no telhado, da simplicidade. Gosto do simples, do valor às pequenas coisas... Dar valor a simplicidade devia ser virtude fundamental do ser humano. 
E gosto de ser assim, gosto dessa essência que me fez, me faz e me leva...

Thaís Rigueira

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Um pedaço de Céu




Pairou sobre mim
um céu incrivelmente 
azul
de um azul
tão anil
que cintilou meus olhos
e seduziu minha alma
Um azul
tão miraculosamente perfeito
que encantou meus sentimentos
e me faz sonhar
até com as coisas que ainda
não vivi.
Um azul tão entorpecente
que conseguiu
trazer  mim 
uma paz
branda,
que acalma
e me faz
não querer outra coisa
a não ser
parar
e estar sob
esse pedaço
de imensidão 
de céu
nesse breve
espaço de
c o n t e m p l a r


Thaís Rigueira



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Colheita

 Planta teu sorriso no meu
e eu deixo
florescer
os dias felizes.
Planta com carinho
que eu rego
todo dia
rego com palavras
com sorrisos,
com afagos
e até com silêncios.
E se um dia você não plantar em mim
aquele sorriso
que tanto amo ver
jogo minha semente
do sorriso
que você me deu
um dia.
E rego
pra que nunca
esmoreça 
o meu sorriso
que fizestes
um dia 
em mim
brotar.

Thaís Rigueira